sábado, 12 de março de 2016

Luiz Couto reclama de tribunal da mídia

Um pronunciamento feito pelo deputado federal Luiz Couto (PT-PB) tomou como base um texto do professor de Direito Penal da UFRJ e da UERJ do Rio de Janeiro, Nilo Batista, que tem como tema O Tribunal da Mídia, a espetacularização do processo penal e os sérios danos que podem ser causados a direitos fundamentais e ao estado de direito. 

"Basta Ligar a TV à tarde: deploráveis reality shows policiais, nos quais suspeitos são exibidos e achincalhados por âncoras policizados. Podemos dizer que algumas emissoras, atualmente, estão levando as informações, na maioria das vezes, com total distorção dos fatos, com a omissão ou com uma expectativa de audiência.

“Não importando as consequências e muito menos a verdade, o que coloca em jogo a veracidade, além de muitas dessas vezes interferir no ato a ser praticado a respeito do acontecido”, disse Luiz Couto, acrescentando que o limite entre a informação e o sensacionalismo torna-se mais expressivo quando o assunto é política.

"Os crimes dolosos praticados por políticos, chocam e criam ódio na sociedade, devendo-se tomar cuidado com o clamor social gerado pelas informações mal repassadas", declarou Luiz Couto. O deputado ressalvou que não estava defendendo políticos corruptos e nem afirmando que eles não precisam ser diligenciados quando cometem um crime.

Mas, o parlamentar destacou que atualmente existe um tribunal de informações mal repassadas e distorcidas pelo conservadorismo e pelos "pistoleiros midiáticos". Nilo Batista faz comparações a casos subjugados pela Corte Suprema dos EUA que se manifestou desconfortável por ter identificado julgamentos pela Imprensa e chegou a anular condenações. Ainda de acordo com o professor.

Não será por meio da criminalização da publicidade opressiva que se poderá reverter o lastimável quadro que vivemos, em que relações entre agentes do sistema penal e alguns jornalistas produzem vazamentos escandalosos, editados e descontextualizados com a capacidade de criar opiniões tão arraigadas que substituem a garantia constitucional por autêntica presunção de culpa e tornam impossível um julgamento justo. 
"A imprensa deve discutir o assunto abertamente e não tecer considerações levianas e que possam repudiar qualquer legislação democrática. O exercício da liberdade de imprensa só ocorre quando se dá de forma preponderante e voltada às necessidades da sociedade, sem estrelismo, sem atrocidades, pois a mídia com sua grande influência tem se aproveitado para chamar a atenção em busca do seu único objetivo: O Ibope" destacou Luiz Couto.
Fonte: Ascom do Dep. Luiz Couto

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