O Conselho Federal de
Psicologia (CFP) emitiu uma nota na última sexta-feira (18) situando o
posicionamento da entidade em relação à conjuntura política.
Segundo o conselho, se
faz necessária à luta em defesa do estado democrático e as investigações deveriam
ser conduzidas de forma ética e transparente. A nota também denuncia o
papel que a grande mídia joga em distorcer e manipular informações. Confira
a íntegra da nota:
O Conselho Federal de
Psicologia vem manifestar-se sobre os últimos acontecimentos nacionais, de modo
a deixar claro para a sociedade e a categoria profissional o seu posicionamento
em relação às violações e aos desrespeitos às instituições democráticas
consolidadas, historicamente, pelo esforço de luta da população brasileira.
Neste momento, vimos a
público nos manifestar sobre a importância da defesa do Estado Democrático de
Direito, considerando que, sem a participação de todas as pessoas, de modo
igualitário e equânime em seus âmbitos de inserção social, não é possível
promover dignidade de vida e justiça social.
Deixamos claro que o
Conselho Federal de Psicologia defende uma sociedade humanizada, fundada em
valores éticos que preservam a justiça, a democracia e os direitos essenciais
de uma vida digna para todas as pessoas. Assim, destacamos alguns importantes
elementos para análise consciente do que estamos vivendo hoje, deixando claro
nosso posicionamento:
1. Somos veementemente
contrários a uma justiça seletiva, parcial e partidarizada, que mantém a
desigualdade e a exploração dos mais pobres, captura direitos civis básicos,
criminaliza e promove julgamentos públicos em casos em que processos jurídicos
tenham sequer sido abertos.
2. Repudiamos as
tentativas de ruptura com o Estado Democrático de Direito e os movimentos em
direção a um Estado Policial, com sérias ameaças e violações a democracia. 3.
Condenamos o papel manipulador da mídia que, servindo a interesses econômicos.
Provoca convulsões
sociais e fazem aflorar sentimentos de rivalidade, ódio e descontrole nas
manifestações sociais e participação popular. 4. Somos contrários a toda forma
de corrupção, própria de um sistema que se funda na exploração daqueles que
produzem as riquezas e não podem delas desfrutar.
No entanto, a
corrupção não será combatida sem um processo judicial ético e transparente, que
respeite todas as instituições democráticas e, principalmente, que promova a
consciência política do povo brasileiro sem que seja golpeado ou enganado em
suas principais demandas.
5. Reivindicamos que
todas as propostas de combate à corrupção tenham um caráter republicano e não
sensacionalista, e que, de fato, puna todos aqueles que incorreram em
ilegalidades, não selecionando quem será punido ou não, a partir de interesses
políticos que disputam projetos distintos de sociedade.
6. Por fim, e não
menos importante, queremos nos posicionar de modo solidário e defensor do
direito de mulheres, negros, indígenas, jovens, população de rua e comunidade
LGBT, que sofrem violência, entendendo que uma sociedade construída em bases
humanitária.
Igualitária e justa é
uma sociedade que assume, incondicionalmente, a consolidação dos Direitos
Humanos em todas as instâncias e contextos sociais. Reafirmamos nossa confiança
nas instâncias republicanas e nossa luta sempre em favor do fortalecimento da
democracia.
Fonte: Portal Vermelho
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