Aproveitando-se do recesso parlamentar
e longe dos holofotes seletivos da mídia, o correntista suíço Eduardo Cunha tem
se movimentado um bocado para evitar a sua degola. Na semana passada, seus
advogados de defesa ingressaram com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF)
para paralisar o processo contra o deputado no bojo da Operação Lava-Jato.
No maior cinismo, eles alegaram que o presidente da Câmara Federal – terceiro na linha sucessória – não pode ser responsabilizado por atos que não fazem parte do exercício de suas funções. Em outras palavras, eles pedem que a investigação fique paralisada até fevereiro de 2017, quando termina o seu mandato como presidente da Casa.
Segundo
relatos da Folha e do portal G1, da Globo, o documento da defesa possui
107 páginas e foi protocolado em 18 de dezembro como anexo ao inquérito contra
o deputado que corre em segredo de Justiça.
"Além de solicitar a suspensão das
investigações, os advogados também pedem ao STF que não autorize o uso, no
inquérito, de nenhuma prova coletada na Operação Catilinárias, 'sob pena de
nulidade'.
Eles alegam suposta 'violação ao devido processo legal', pois as buscas e apreensões teriam sido desencadeadas 'no curso do prazo para a sua defesa [de Cunha]' no STF", relata o jornalista Rubens Valente, da Folha.
O relator do processo contra Eduardo
Cunha é o ministro Teori Zavascki. O pedido da sua defesa será avaliado pelo
Ministério Público, pelo próprio relator e então será votado pelo pleno do STF.
Caso seja acatado, Eduardo
Cunha – que foi acusado de ter recebido US$ 5 milhões em propina para
facilitar a compra de navios-sondas da Petrobras e de manter contas
secretas na Suíça – poderá seguir com suas chantagens, ameaças e
manobras diversionistas no comando da Câmara Federal.
A solicitação do lobista é das mais
absurdas e evidencia como a Justiça é lenta quando lhe
interessa – e também como a mídia venal é seletiva na sua
escandalização da política. As provas contra Eduardo Cunha são irrefutáveis.
A própria Procuradoria-Geral da República apresentou "onze fortes motivos" para afastá-lo da presidência da Câmara Federal. Mesmo assim, ele continua em franca atividade para escapar da forca. Se depender da "imprensa oposicionista" e dos líderes sem moral do PSDB, DEM, PPS e SD, ele seguirá no cargo com o único intento de viabilizar o golpe do impeachment de Dilma.
Fonte: altamiroborges.blogspot.com.br
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