Por, Monyse Ravenna – Asacom
Os rios que eu encontr; vão
seguindo comigo. Rios são de água pouca, em que a água sempre está por um fio. Cortados
no verão; que faz secar todos os rios. Rios todos com nome e que abraço como a
amigos. Uns com nome de gente, outros com nome de bicho, uns com nome de santo,
muitos só com apelido. Mas todos como a gente que por aqui tenho visto:
A gente cuja vida se
interrompe quando os rios. “João Cabral de Melo Neto; Se realizou
entre os dias 14 a 16 de dezembro na cidade de Gravatá, em Pernambuco, o
Encontro de Planejamento do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC). O Programa
é uma das principais ações da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e vem
contribuindo para melhoria da vida das famílias que vivem na região semiárida
do Brasil.
E
garantindo acesso à água de qualidade para consumo humano. Em janeiro de 2016,
o P1MC começa a execução de mais um Termo de Parceria com o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) envolvendo 39 organizações
componentes da Articulação. O encontro iniciou-se evocando a mística e a
importância dos rios para o Semiárido brasileiro, essa compreensão perpassou
todo o evento.
Além
disso, os\as cerca de 100 participantes fizeram uma reflexão em torno da
cisterna como catalisador de outros processos, como o acesso a outros direitos
como educação, saúde, energia elétrica, além do incentivo a organização
comunitária. O P1MC possibilita inúmeros avanços não só para as famílias, mas
para as comunidades rurais como um todo, como o aumento da frequência escolar.
A
diminuição da incidência de doenças em virtude do consumo de água contaminada e
a diminuição da sobrecarga de trabalho das mulheres nas atividades domésticas. “O
P1MC é um espaço de mobilização social e assim possibilita e fortalece, em
alguns casos, que as comunidades e organizações da sociedade civil debatam
sobre as questões que vêm permeando sua realidade.
Até
março de 2016 teremos mais 3100 famílias com cisternas de placas com capacidade
de armazenamento de16 mil litros na porta de sua casa. Isso significa a
capacidade de armazenamento de mais 49 milhões de litro de água, ainda dentro
do período de chuva de boa parte do Semiárido brasileiro. ““, conclui Rafael.
O
Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) é uma iniciativa da Articulação no
Semiárido Brasileiro (ASA), sua meta é construir um milhão de cisternas e
descentralizar o acesso à água potável para um milhão de famílias Os princípios
metodológicos que orientam o P1MC garantem a mobilização e a formação das
famílias e comunidades rurais como eixos fundamentais da ação do programa.
“O P1MC tem seu alicerce e sua referência as
Comissões Municipais compostas por organizações da sociedade civil de cada
município do Semiárido. É através delas que são realizados os debates que
permeiam as questões relativas à situação da água no município. E a partir
desse incentivo a se organizar, esse passa a ser um espaço de controle social
das mais diferentes políticas públicas de interesse da população.
Dessa
forma, pensado em um momento ameaçado por questões climáticas e políticas, as
Comissões são espaço privilegiado para que a sociedade civil se organize para
debater e encaminhar propostas que visem defender o interesse popular. ““,
afirmou Rafael Neves, coordenador do Programa. O ano de 2016 se anuncia como um
ano de continuidade da estiagem prolongada que já afeta o Semiárido brasileiro
a cinco anos, em algumas regiões.
“Esse
é um momento de reunir forças para execução dessa ação em um ano de estiagem e
uma conjuntura difícil nacionalmente. Nós acreditamos que esse termo vai nos
fortalecer, vai gerar mais vida e dignidade no Semiárido. Vamos conseguir muito
mais que construir cisternas e sim gerar vida.”, contou João Jerônimo da Silva,
da Cáritas Diocesana de Crateús, entidade que vai executar o Programa.
“A
gente sabe o valor das conquistas sociais. Esse é realmente um momento difícil,
ainda estamos tendo que lidar com uma situação de cortes no orçamento federal
para as políticas sociais. A ASA precisa ser uma voz que não se cala em defesa
da Convivência com o Semiárido.”, afirmou Valquíria Lima, coordenadora
executiva da ASA pelo estado de Minas Geria no encerramento do evento.
Fonte: http://www.asabrasil.org.br/
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