Um mistério, cadê a mídia que
nada fala, ela é tucana?
Após depoimentos de executivos que fizeram acordos de delação
premiada afirmando que existia um 'clube' de empreiteiras que fraudava
licitações e pagava propinas, misteriosamente o tucano sumiu da imprensa.
Depois
de muita enrolação, com direito a manchete do tipo: “Doações de investigadas na
Lava Jato priorizam PP, PMDB, PT e outros”, para não citar PSDB, apareceu o
Doutor Freitas.
Notinhas
tímidas, em letras miúdas, no rodapé de páginas dos grandes jornais
informam que o dono da UTC, Ricardo Pessoa, disse em depoimento à Polícia
Federal que tinha contato mais próximo com o arrecadador de campanha do PSDB, o
Doutor Freitas, Sérgio de Silva Freitas, ex-executivo do Itaú que atuou na
lava jato.
Nas últimas
entrevistas, o senador Aécio Neves (PSDB), apareceu histérico tentando pautar
desesperadamente a mídia na Operação Lava Jato para atacar o governo Dilma e
afastar os holofotes dos tucanos. Parece que vai ser difícil agora.
Depois de muita
enrolação, com direito a manchete do tipo “Doações de investigadas na Lava Jato
priorizam PP, PMDB, PT e outros”, para não citar PSDB, apareceu o Doutor
Freitas. Notinhas tímidas, em letras miúdas, no rodapé de páginas dos grandes
jornais informam que o dono da UTC, Ricardo Pessoa.
Disse em depoimento à Polícia Federal que
tinha contato mais próximo com o arrecadador de campanha do PSDB, o Doutor
Freitas, Sérgio de Silva Freitas, ex-executivo do Itaú que atuou na arrecadação
de campanhas tucanas em 2010 e 2014 e esteve com o empreiteiro na sede da UTC.
Ainda de acordo com o depoimento, objetivo da visita do Doutor Freitas foi
receber recursos para a campanha presidencial de Aécio.
Dados da Justiça
Eleitoral sobre as eleições de 2014 mostram que a UTC doou R$ 2,5 milhões ao
comitê do PSDB para a campanha presidencial e mais R$ 4,1 milhões aos comitês
do PSDB em São Paulo e em Minas Gerais, além de R$ 400 mil para outros
candidatos tucanos.
Depois dos
depoimentos de dois executivos da Toyo Setal que fizeram acordos de delação
premiada, e afirmaram que existia um "clube" de empreiteiras que
fraudava licitações e pagava propinas, misteriosamente o tucano Aécio Neves
sumiu da imprensa.
Aécio
é senador até 2018, mas também não é mais visto na casa. De 11 sessões,
compareceu apenas a cinco. O ex-candidato tucano precisa aparecer para explicar
a arrecadação junto à empreiteira, o que, para ele, sempre foi visto como
"escândalo do PT", e outras questões. Como se não bastassem
antecedentes tucanos na Operação Castelo de Areia, como se não bastasse à
infiltração de corruptos na Petrobras desde o governo Fernando Henrique Cardoso
(PSDB).
Como
se não bastasse o inquérito que liga o doleiro Alberto Youssef à Cemig, basta observar o caso da
construção do palácio de governo de Minas na gestão de Aécio quando foi
governador.
Para quem não se
lembra, a "grande" obra de Aécio como governador de Minas, além dos
dois famosos aecioportos, não foi construir hospitais, nem escolas técnicas,
nem campi universitários.
Foi um palácio de governo faraônico chamado
Cidade Administrativa de Minas, com custo de cerca R$ 2,3 bilhões (R$ 1,7 bi em
2010 corrigido pelo IGP-M). A farra com o dinheiro público ganhou dos mineiros
apelidos de Aeciolândia ou Neveslândia.
Além de a obra ser
praticamente supérflua para um custo tão alto, pois está longe de ser
prioridade se comparada com a necessidade de investimento em saúde, educação,
moradia e mobilidade urbana, foi feita com uma das mais estranhas licitações da
história do Brasil.
O próprio resultado
deixou "batom na cueca" escancarado em praça pública, já que os dois
prédios iguais foram construídos por dois consórcios diferentes, cada um com
três empreiteiras diferentes.
Imagina-se que se
um consórcio ganhou um dos prédios com preço menor teria de construir os dois
prédios, nada justifica pagar mais caro pelo outro praticamente igual.
Se os preços foram
iguais, a caracterização de formação de cartel fica muito evidente e precisa
ser investigada. Afinal, por que seis grandes empreiteiras, em uma obra que
cada uma teria capacidade de fazer sozinha, precisariam dividir entre elas em
vez de cada uma participar da licitação concorrendo com a outra? Difícil de
explicar.
O próprio processo
licitatório deveria proibir esse tipo de situação, pois não existe explicação
razoável. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
No final das
contas, nove grandes empreiteiras formando três consórcios executaram a obra.
Cinco delas estão com diretores presos na Operação Lava Jato, acusados de
formação de cartel e corrupção de funcionários públicos.
Em março de 2010
havia uma investigação aberta no Ministério Público de Minas Gerais para apurar
esse escândalo. Estamos em 2014 e onde estão os tucanos responsáveis? Todos
soltos.
A imprensa mineira, que deveria acompanhar o caso, nem toca no assunto
de tão tucana que é. E a pergunta do momento é: onde está Aécio?
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