A disputa mais acirrada desde 1989 mostrou a vitalidade do projeto
democrático-popular capitaneados por Lula e Dilma: pela quarta vez consecutiva,
o PT e seus aliados derrotaram o PSDB, representante do imperialismo
colonialista, do rentismo predatório e, principalmente, dos potentados da
plutocracia brasileira.
Entre plutocratas e destituídos, os últimos doze anos deram
vitalidade aos últimos: os 10% mais pobres tiveram crescimento de renda real
per capita (descontada a inflação) de 107%, enquanto os mais ricos obtiveram
incremento de 37%.
Pela primeira vez em mais
de cinquenta anos, a melhora de renda dos brasileiros vem acompanhada por uma
queda significativa da desigualdade social.
Quando tomou posse, Lula afirmou: "Enquanto houver um irmão
brasileiro ou uma irmã brasileira passando fome teremos motivos de sobra para
nos cobrir de vergonha".
Em 2001, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, o cruel
flagelo da fome matava 300 crianças por dia. Com o aumento no salário mínimo, a
geração recorde de empregos e a dirimirão das desigualdades regionais, 36
milhões de brasileiros se mantêm fora da extrema pobreza e 42 milhões ascenderam
a nova classe trabalhadora.
Havia uma época em que casa própria no Brasil era um sonho
distante. Em uma situação deplorável, muitos consideravam essa hipótese tão
remota que acreditavam como única alternativa ganhar residências em sorteios na
televisão.
Considerado pela ONU como "exemplo para o mundo" o Minha
Casa, Minha Vida já beneficiou sete milhões de brasileiros. A prioridade é para
os que ganham até R$ 1.600, que pagam 5% de sua renda por dez anos. De acordo
com o IPEA, a prestação média dos beneficiários de baixa renda é de R$ 64,96.
Entre 2003 e 2013, o PIB real total cresceu 45%, a inflação média
do governo Dilma é a menor da história (6,07%, contra 7,5% do período Lula e
12,4% do governo FHC) e a dívida líquida do setor público está no nível mais
baixo da história: 33,8% do PIB. O mundo reconheceu os esforços macroeconômicos
do Brasil: o investimento estrangeiro direto alcançou, em plena crise econômica
internacional, a cifra assombrosa de 64 bilhões de dólares.
Muito ainda há de ser feito. Ainda temos, segundo analistas, a
maior taxa de juros reais do mundo. Não conseguimos abandonar em definitivo o
tripé macroeconômico liberal e os avanços sociais, embora significativos,
precisam ser aprofundados.
Os serviços públicos, em especial saúde e transporte popular,
carecem de investimentos. O Partido dos Trabalhadores, maior esperança da
esquerda brasileira, envelheceu e precisa ser reformulado. O sistema político
privilegia os endinheirados e o Congresso é uma representação distorcida da sociedade.
Os próximos quatro anos serão desafiadores. Da direita, podemos
esperar tentativas de desestabilização institucional e ataques virulentos. Os
setores ditos "mais à esquerda", com o discurso mágico
característico, não serão solidários.
Por isso, precisamos adensar nosso projeto, disputar a hegemonia
cultural e, principalmente, pressionarmos o Congresso mais conservador da
história a aprovar as reformas que o Brasil quer e precisa. Por João Marcelo.
Fonte: www.brasil247.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário