Editor do Diário do
Centro do Mundo, o jornalista Kiko Nogueira afirma que a vitória de Sam Alves
no "karaokê da Globo", o The Voice Brasil, representa um atraso;
"Não é agradável. Não é cantar. É gritar mais ou menos no tom", diz
ele. Por Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo. O programa “The Voice” deixa como legado uma praga
sinistra na música brasileira: o oversinging, a exibição de musculatura vocal e
virtuosismo estéril que destrói qualquer canção. Não era uma tradição
brasileira. É uma herança bastarda do gospel. É o que já fazem há algum tempo,
lá fora, Christina Aguilera, Mary J. Blige, Jessica Simpson, Josh Groban,
Beyoncée, a insuportável Céline Dion, entre outros. Torturam as notas até não
sobrar nada delas, ignoram as letras em prol de um exibicionismo obtuso, matam
a pauladas a gentileza. O ganhador do karaokê da Globo, Sam Alves, começou sua
epopeia esfaqueando a delicada “Hallellujah”, de Leonard Cohen, e terminou
gritando alguma outra música. É um retrocesso para o Brasil. João Gilberto e
Tom Jobim — e depois seus seguidores Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa,
Roberto Carlos e outros –, haviam atirado no século 18 o vozeirão de canastrões
como Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves e Ângela Maria. Perto desse pessoal do The
Voice, Cauby, Ângela e Agnaldo Timóteo são silenciosos como a brisa. Não é
agradável. Não é cantar. É gritar mais ou menos no tom. (continue lendo no
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/sindrome-de-whitney-houston-o-virtuosismo-vocal-esteril-e-o-legado-do-the-voice-a-musica-brasileira/
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