Um dos ministros mais graduados do governo Dilma, Aloizio
Mercadante, que pode migrar da Educação para a Casa Civil na reforma
ministerial de janeiro, foi também o primeiro a falar sobre a recente prisão de
dirigentes petistas, como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Segundo
ele, a raiz da crise – que atinge todos os partidos políticos – é o modelo
atual de financiamento de campanhas políticas. “Não há nenhuma denúncia
de enriquecimento pessoal, de apropriação de recursos. O que há é um problema
de financiamento das campanhas eleitorais, que lamentavelmente está presente em
todos os partidos do Brasil. A origem está em um mecanismo de financiamento que
não está bem calibrado", disse ele, em entrevista ao jornalista Pablo
Ximénez de Sandoval, do El País. "A
democracia tem um custo, e a sociedade tem de assumir isso com transparência. O
PT quer o fim do financiamento privado. Há uma dimensão oculta na democracia:
as empresas têm interesses políticos, querem financiar partidos, mas não querem
aparecer. Não há como financiar uma campanha política no Brasil de forma
competitiva, sem esse financiamento. Acho que é um problema internacional.”
Segundo Mercadante, o governo federal fez a sua parte, ao propor o plebiscito
da reforma política, mas lamenta que o tema não tenha avançado no Congresso. “Os
parlamentares têm um alto interesse, eles chegaram com essas regras e não
querem mudá-las.” Segundo ele, apenas baratear as campanhas não será
suficiente. O remédio definitivo, na sua visão, é o financiamento público de
campanhas políticas. “O custo da campanha no
Brasil está na televisão. Tomamos muitas medidas para reduzir os custos, mas
não é o suficiente. É preciso uma forma de financiamento público e
transparente, não há outra solução.”
Fonte: www.brasil247.com
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