quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Agricultores rejeitam cisternas de plástico

Segundo os agricultores as cisternas de polietileno, além de mais caras, não permitem reparos e são mais vulneráveis a danos do que as feitas de placas. Givaldo CavalcantO programa 'Água para Todos' do Governo Federal pretende entregar ainda este ano quatro mil cisternas de polietileno na zona rural do Sertão, Cariri e região da Borborema, mas agricultores estão recusando receber esse tipo de reservatório. A explicação é a inviabilidade da cisterna, que, segundo os trabalhadores do campo, trazem mais problemas que benefícios para quem precisa, uma vez que o reservatório produzido a partir de placas atende de forma mais eficaz em relação a sua concorrente. Os problemas foram discutidos ontem durante o I Encontro de Agricultores Experimentadores do Pólo da Borborema, realizado em Lagoa Seca, no Agreste paraibano. Os agricultores ratificaram que o posicionamento contrário ao programa do governo federal deve-se principalmente pelo alto custo do equipamento de polietileno, além delas não oferecerem possibilidade de conserto, serem vulneráveis ao derretimento de sua estrutura e aquecimento de água. Encontro reuniu 300 agricultores. Para o coordenador do Pólo e membro da comissão de recursos hídricos da Borborema, Nelson Ferreira, as cisternas de placas possibilitam um desenvolvimento maior e melhor da região, uma vez que ela gera movimentação econômica desde a sua construção até a sua utilização. Segundo ele, essa alternativa mantém a água em temperatura própria para o consumo, apresenta possibilidade de manutenção  e universaliza o processo de construção dos equipamentos que podem ser feitos por qualquer agricultor, e não se concentra na produção de uma única empresa. “A opção economicamente mais viável para a universalização é a cisterna de placas de cimento que tem um custo de R$ 2,2 mil, incluindo material de construção e todo processo de mobilização e formação. Já uma cisterna de polietileno custa R$ 5 mil, só com equipamento e instalação. Se fizermos as contas, 300 mil cisternas de polietileno custam aos cofres públicos R$ 1,5 bilhão, enquanto que o mesmo número de cisternas de placas custa R$ 660 milhões”, explica o coordenador. DNOCS: Sobre o posicionamento desse grupo de agricultores em relação às cisternas de polietileno, o setor de engenharia do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) afirmou que foram feitos estudos que comprovam a eficiência dos aparelhos e que as instaladas este ano estão atendendo às necessidades dos camponeses. Sobre o valor das cisternas de plástico doadas pelo governo federal, o Dnocs preferiu não se manifestar alegando que a aquisição é feita através de licitação e com um custo abaixo do que no mercado particular.

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