A
experiência brasileira de fortalecimento dos programas de alimentação escolar e
sua relação com a agricultura familiar será levado para a África. Essa é mais
uma das ações brasileiras em parceria com a FAO para cooperação sul-sul, que
envolve 17 projetos com valores que ultrapassam US$ 36 milhões. Em visita ao
país nessa semana, o diretor geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação
e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, assinou o projeto “Fortalecimento
dos Programas de Alimentação Escolar em Países Africanos”, uma parceria com o
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação
(MEC), e Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligada ao Ministério das
Relações Exteriores (MRE), que representa um investimento de quase US$ 2
milhões a serem aplicados no compartilhamento de experiências e cooperação
técnica no que se refere à alimentação escolar, como sua vinculação à
agricultura familiar como forma de desenvolvimento local. As ações serão
implementadas em países africanos a serem definidos, respondendo e adaptando a
ação às necessidades e realidades locais. “Eu acredito que a vinculação entre
alimentação escolar e agricultura familiar pode dar uma importante contribuição
à segurança alimentar e complementar outros esforços que já estão em marcha,
como o PAA África”, disse Graziano. O PAA África é um
projeto do Brasil com a FAO executado com outros dois parceiros – o Programa
Mundial de Alimentos - PMA e o Departamento Britânico para o Desenvolvimento
Internacional – DFID – que foi inspirado no Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA). As ações seguem as linhas estratégicas definidas na declaração dos
líderes africanos no Encontro de Alto Nível “Rumo ao Renascimento Africano:
Novas abordagens unificadas para erradicar a fome na África até 2025”,
realizadas pela FAO em parceria com a União Africana e o Instituto Lula, em
Addis Abeba, no final de junho. “Nós temos consciência de que a FAO não pode
acabar com a fome na África sozinha, assim como os países africanos também não
o podem. Precisamos dessas parcerias. Juntos, podemos erradicar a fome”, destacou
o diretor geral. Ação similar a essa que será levada para a África já vem sendo
implantada com sucesso na América Latina e Caribe. Desenvolvido atualmente em
11 países e com potencial para melhorar a segurança alimentar de mais de 19
milhões de pessoas, o projeto “Fortalecimento dos Programas de
Alimentaçao Escolar no âmbito da In...”, tem como objetivo principal
contribuir para o fortalecimento e sustentabilidade dos Programas de
Alimentação Escolar (PAEs) e buscar sua vinculação com as políticas e programas
de promoção da agricultura familiar. “Essa é uma solução triplamente ganhadora:
garante alimentação de qualidade aos estudantes da rede pública, abre um novo
mercado e a possibilidade de maior renda para agricultores familiares e ainda
promove o desenvolvimento rural local”, explicou o diretor geral da FAO. “O
mais importante dessa cooperação é saber que o Brasil é reconhecido como referência
mundial na área de alimentação escolar. Conceitos como o da agricultura
familiar e segurança alimentar fazem do país um modelo. Isso nos desafia a
garantir essa eficiência e a buscar meios e instrumentos para fazer cada vez
mais e melhor, pois acreditamos que a gente aprende ao mesmo tempo em que
ensina”, disse o presidente do FNDE, José Carlos Wanderley Dias de Freitas. Cooperação Sul-Sul: Os dois projetos de fortalecimento dos
Programas de Alimentação Escolar (a cooperação regional com América Latina e
Caribe executada desde 2009 e o novo projeto com a África) fazem parte de um
conjunto de 17 projetos implementados por meio do Programa Internacional de
Cooperação Brasil-FAO, que representa mais de US$ 36 milhões de dólares
aplicados em atividades relacionadas à cooperação sul-sul. O acordo
assinado entre a Agência Brasileira de Comunicação (ABC), ligada ao Ministério
das Relações Exteriores (MRE), resultou em uma participação mais ativa do
Brasil nas ações de combate à fome e à miséria. Além da Alimentação Escolar, os
projetos do Fundo Brasil-FAO envolvem
contribuições do país para a Inciativa América Latina e Caribe sem Fome 2025;
fortalecimento da sociedade civil em temas de agricultura familiar e acesso a
recursos naturais renováveis; consolidação da Rede de Aquicultura das Américas
(RAA); apoio às Estratégias Nacionais e Subregionais de Segurança Alimentar e
Nutricional; fortalecimento das políticas agroambientais na América Latina e
Caribe; o Programa Purchase from Africans for Africa (PAA África); além de
ações assistenciais de emergência pós-tragédias em El Salvador, Guatemala e
Haiti. Tecnologias sociais: Ainda
na agenda do diretor geral da FAO no Brasil, estava a assinatura de um
Memorando de Entendimento entre a Organização e a Fundação Banco do
Brasil. Assinado em um encontro no Palácio do Planalto que contou com a
presença do Secretário Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho, o
acordo tem como objetivo estreitar os laços entre as entidades para a troca de
experiências e conhecimentos relacionados ao abastecimento agroalimentar no
Brasil, apoiando assim a luta contra a fome. Além do desenvolvimento de
programas e projetos conjuntos, o acordo também inclui a promoção do Ano
Internacional da Agricultura Familiar, a ser celebrado em 2014. “A parceria
FAO-Fundação Banco do Brasil vai ajudar a pagar dividas históricas com
cooperação”, disse o ministro da Secretaria Geral da Presidência Gilberto
Carvalho durante a cerimônia. Já o presidente da Fundação Banco do Brasil,
Jorge Streit, destacou que a parceria com FAO possibilita o compartilhamento de
tecnologias sociais com outros países. “O Brasil fez uma transição social
que deu certo e é referencia para outros países”, acrescentou o diretor-geral
da FAO, José Graziano da Silva.
Fonte:
http://www.luizcouto.com
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