domingo, 30 de junho de 2013

Desenvolvimento real é desenvolvimento local

Um território não é algo inerte. Ele é composto pelos atores que interatuam e transacionam bens, serviços e conhecimentos, seguindo rotinas formal ou informalmente estabelecidas. O escritor moçambicano Mia Couto explica que “Os lugares não são coisas. São entidades vivas, possuem um coração que está nas mãos daqueles que falam com as vozes do chão”. A Coluna do Desenvolvimento Local tem como objetivo tratar dessas “vozes do chão” e das pessoas que dão vida aos territórios, principalmente os empresários de pequenos negócios e a rede de apoio (Agente de Desenvolvimento, prefeitos, vereadores, associações comerciais etc.). É preciso ter em mente que o desenvolvimento local depende da coordenação dessa rede de diversos atores que vivem no território. O pesquisador Francisco Albuquerque, da Direção Desenvolvimento e Gestão Local do Instituto Latino americano e do Caribe de Planejamento Econômico e Social (ILPES), defende que “o desenvolvimento não é o resultado da busca de equilíbrios irreais de grandes agregados estatísticos macroeconômicos, mas é fruto dos diversos esforços e compromissos dos atores sociais em seus territórios e meio ambientes concretos”. Em outras palavras, todo processo de desenvolvimento acontece localmente, pois é nos territórios que ocorre a atividade produtiva. Logo, qualquer estratégia macroeconômica sempre estará vinculada à implementação de tal plano em algum território específico. Contudo, apesar de sua importância, os agentes locais muitas vezes não são levados em conta no momento da formulação de planos de desenvolvimento. Por isso, este espaço visa dar visibilidade às ações de desenvolvimento econômico local, focando nos empreendedores e nos agentes públicos local. Para que o país possa crescer de forma sustentável, é preciso dar autonomia e fortalecer os municípios, focando no processo de desenvolvimento bottom-up, de baixo para cima, para que se possam aproveitar as potencialidades de cada região. Qualquer outra abordagem terá um efeito uniformizador, que desrespeitará as peculiaridades de cada território. Quando isso acontece, perde-se a riqueza que a variedade de culturas pode acrescentar ao processo de desenvolvimento. Nosso objetivo é estimular que “as vozes do chão” sejam cada vez mais ouvidas e que os territórios passem a pautar as políticas de desenvolvimento, para que se possa ter um crescimento mais sustentável e inclusivo, que entenda melhor o coração de cada cidade.

Fonte: http://www.portaldodesenvolvimento.org.br

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