O
Ministério da Integração Nacional, em parceria com a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), está desenvolvendo programas de fomento à
produção de palma forrageira e de mudas de mandioca para garantir alimentação
aos rebanhos e ajudar na recomposição de renda dos agricultores do Semi-árido. O
investimento total previsto é de R$ 100 milhões até 2014. Do
total, R$ 30 milhões serão aplicados ainda neste ano. Os programas serão
executados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba (Codevasf) - empresa pública vinculada ao ministério. O objetivo é
estabelecer uma rede de multiplicação e distribuição de mudas de mandioca - as
chamadas manivas - e de palma forrageira, com qualidade genética e
fitossanitária, para agricultores familiares do Nordeste. Como a farinha
de mandioca é um item importante da alimentação do sertanejo, o cultivo das
manivas também contribui para movimentar a economia local. Ao distribuir essas
mudas, a intenção é ajudar na recomposição da renda dos agricultores da região,
após as perdas em decorrência da seca prolongada. Outro problema estrutural que
está sendo enfrentado é o da alimentação dos rebanhos. O ministério vai
investir na produção da folha de palma. A ideia é criar uma reserva estratégica
do alimento para assegurar a sobrevivência dos animais, mesmo
nos períodos mais críticos. A palma forrageira é uma excelente fonte de
alimentação animal. Além disso, trata-se de uma planta resistente a longos
períodos de ausência de chuvas e que apresenta alta capacidade de produção por
hectare. Investimento - O
governo federal tem atuado em várias frentes para reduzir os efeitos da
estiagem no Semiárido. O investimento já soma R$ 7,6 bilhões em ações
emergenciais, obras estruturantes e linhas especiais de crédito para amenizar
as perdas econômicas nas áreas atingidas pela estiagem. Em março deste ano,
foram anunciados mais R$ 9 bilhões em medidas para expansão da oferta de água e
apoio aos agricultores familiares, entre elas, o aumento das linhas
emergenciais de crédito, a renegociação de dívidas agrícolas e a expansão dos
programas Bolsa Estiagem, Garantia-Safra e Operação Carro-Pipa. Os
investimentos em infraestrutura hídrica também foram reforçados para expandir a
oferta de água. São obras estruturantes, como barragens, adutoras e canais.
Pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os recursos passaram de R$
7,2 bilhões no PAC 1 para R$ 26 bilhões no PAC 2, nos eixos Oferta de Água,
Seca, Irrigação, Drenagem e Revitalização. (Reconstituição de leite em pó é autorizada no Nordeste) A
produção de leite “longa vida” e pasteurizado a partir da reconstituição do
leite em pó foi autorizada por três anos nos estados do Piauí, Maranhão, Rio
Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Bahia. A medida
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi publicada no Diário Oficial da União da última
terça-feira (23). A reconstituição é a adição de água potável ao leite em pó
para torná-lo fluído e com as mesmas características dos produtos já conhecidos
pelo consumidor (como o leite UHT, conhecido como “longa vida”). Somente
estabelecimentos sob inspeção federal nos estados nordestinos estão autorizados
temporariamente pelo Mapa a esse tipo de produção, limitada a 35% da capacidade
produtiva de cada fábrica. Devido à seca que afeta municípios nordestinos, a
escassez de alimentos para os
animais reduziu a produção leiteira e levou, até mesmo, à morte do gado na
região. A medida adotada pelo governo deve auxiliar na recuperação dos índices
produtivos anteriores ao período da seca. Por lei, as empresas não podem
utilizar o processo de reconstituição para produzir leite longa vida ou
pasteurizado, apenas em casos emergenciais. “A situação que tem afetado milhões
de nordestinos levou o Ministério da Agricultura a agir rapidamente. O objetivo
é evitar prejuízos às economias locais e afastar a possibilidade de ocorrerem
desabastecimentos para a população”, explicou o ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. Ainda de acordo com Antônio Andrade,
as vistorias nas fábricas de produtos lácteos seguirão os mesmos padrões já
adotados pela fiscalização federal.
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