O
deputado Luiz Couto realizou pronunciamento no pequeno expediente da Câmara dos
Deputados, nesta segunda-feira (26), onde falou da indignação diante do
episódio do repórter que se infiltrou na reunião privada que o parlamentar
fazia com os delegados ao Encontro do PT e utilizou-se de uma fala destinada à
militância para propalar intriga entre o parlamentar, o senador Vital do Rêgo e
o presidente do PT Nacional, Rui Falcão. Ao final do discurso, Luiz Couto pediu
desculpas ao senador e ao presidente do PT.
Leia o pronunciamento na íntegra:
Senhor Presidente, Sras. e Srs.
Deputados. Na noite de ontem, no Fantástico, programa dominical da Rede Globo,
ouvi o lutador Anderson Silva dizer que como contumaz vencedor, tantas vezes
campeão, nunca deixou de ter medo. É dele a seguinte frase: Quem não tem medo é
um irresponsável.
Retiro da sabedoria de Anderson Silva,
um homem de origem humilde que conseguiu ser grande na sua arte de lutar, mais
um importante ensinamento para a minha militância política: sem me amedrontar
diante da imprensa, preciso temer os golpes do jornalismo de emboscada que
determinados setores da mídia praticam para alcançar seus objetivos
mercadológicos e satisfazer a sua busca de sucesso fácil.
Na última sexta-feira, em João Pessoa,
fui pego de surpresa com mais um golpe do jornalismo de emboscada. Alguns blogs
e programas de rádio divulgaram dois fragmentos de uma fala que eu tinha feito
em uma conversa restrita, uma reunião interna com companheiras e companheiros
do PT em uma sala na sede do Sindicato dos Bancários da Paraíba.
Naquela ocasião, estávamos conversando
sobre a conjuntura política na Paraíba e as disputas travadas no PT do
Município de João Pessoa, quando eu fui informado de que o companheiro Rui
Falcão, presidente nacional do meu partido, iria participar do encontro de
delegadas e delegados do PT para deliberar sobre a tática política do nosso
partido nas eleições de 2012 na nossa Capital.
Naquele momento então eu falei, num tom
informal, com meus companheiros e companheiras, que, se Rui Falcão viesse à
Paraíba no dia 29 de março, na próxima quinta-feira, data do lançamento do
livro A Privatizaria Tucana em João Pessoa, ele seria interpelado sobre os dois
capítulos que no livro citam seu nome.
Minha conversa informal com pessoas do
meu círculo de amizades e de militância política estava sendo gravada por um
espião que se diz jornalista e que estava infiltrado em nossa reunião. Quando o
espião percebeu que tinha sido descoberto em um ambiente que não era o seu e
para o qual não foi convidado, correu, fugiu e cuidou de montar uma intriga
entre minha pessoa e a de Rui Falcão.
O espião infiltrado pinçou uma frase
dentro de um contexto mais geral para envenenar, criar um factóide. Pior,
alguns companheiros do PT, que democraticamente têm divergências de concepção
política comigo, fizeram coro com o espião, para apressadamente tecer uma
divergência entre eu e o companheiro Rui Falcão e, por tabela, com a direção
nacional do PT.
Retomo aqui ensinamento do lutador
Anderson Silva para os ringues, que trago agora para minha militância, para
dizer novamente aos meus pares nesta casa que, para ser responsável sem se
deixar amedrontar, é preciso ter medo dos golpes baixos que surgem na luta
política. O mais perigoso eficaz e morar nas garras do medo. É preciso sair.
Olhando nos olhos do risco. A vida é cheia de riscos. Essa frase é do Frei
Prudente Nery.
Nós que somos forjados nas lutas em
defesa da liberdade e da democracia, nós que defendemos a liberdade de imprensa
temos que temer os artifícios daqueles que, infiltrados na mídia, crentes de
que os fins justificam os meios, lançam mão da espionagem, da emboscada, da
edição criminosa de matérias para tecer intrigas.
Contudo, quero pedir desculpas por
opiniões pessoais que foram indevidamente externadas no calor das discussões.
Indignado com as injustiças que temos enfrentado, errei ao externar concepções
minhas sobre duas autoridades públicas. Por este fato, Sr. Presidente, quero
publicamente pedir desculpas ao Senador Vital do Rêgo, ao Presidente do PT
Nacional, Rui Falcão, e aos demais que se sentiram ofendidos pelo que falei.
Ao companheiro Rui Falcão expresso aqui
as minhas explicações e ratifico todo o meu respeito.
Era o que tinha a dizer, Senhor
Presidente.
Muito obrigado.
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