domingo, 26 de fevereiro de 2012

Reflexão O problema também é nosso


                               Artigo por, Eduardo N. Ribeiro 

Certo membro de uma comunidade religiosa fora flagrado como funcionário fantasma de uma repartição pública.
O caso foi levado à sua comunidade que, reunida, decidia por excluí-lo do seu rol de membros. O homem, percebendo a decisão, publicamente, pediu aos presentes que reconsiderassem seu erro, afinal, ele, a partir daquele momento, acertaria a constrangedora situação junto à instituição pública.
Diante desta reação, os que estavam dispostos a votar pela sua exclusão, agora repensavam a punição. Mas, de repente, um dos presentes se levanta e pergunta ao pseudo arrependido: "Agora que você está convencido do seu erro, então se comprometa perante esta comunidade que devolverá aos cofres públicos todo o dinheiro que recebeu ilicitamente". O homem, nervoso e alterado, responde a todos: "Isso é um problema meu, de foro íntimo".

Acrescentou, então, o que fizera a proposta: "Não. Isso não é um problema apenas seu, é nosso! Como parte de uma comunidade, o que você faz, bom ou ruim afeta a todos". A votação continuou e ele foi definitivamente afastado.
No mundo em que vivemos cada um pode cooperar para o bem de todos. Do contrário, existe o perigo de alguém se aliar à fatídica "lei do Gérson" - gostar de levar vantagem em tudo, no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas ou morais. Infelizmente, uma prática comum atualmente.
Esse mal presente em muitas pessoas - pobres e ricos, escolados ou leigos, afetou também as estruturas sociais. Um exemplo disso está nas falcatruas do Senado Federal que foram decididas em surdina, nos votos secretos às escondidas. Políticos dos mais graduados, motoristas, ascensoristas e seguranças que têm salários superiores ao do presidente da República, formam a base do "um por todos, todos por um" num esforço admirável da clandestinidade.  

Isso não é surpresa. Já nos anos 65 a 70 d.C., Paulo escreveu e alertou ao jovem pastor Timóteo que nos últimos dias sobreviriam tempos terríveis, pois os homens seriam egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus (2 Timóteo 3.1-4).
O que impressiona é o poder dessas estruturas. Elas nascem impunes. Pagam muito dinheiro para fazer reinar o silêncio da corrupção e são capazes de afetar a pessoa humana em todas as dimensões, por isso que alguns funcionários se fazem de surdos e cegos para garantir o salário mensal que recebem. Todos se unem e se vendem às vantagens.

Apesar de tudo, como cidadãos brasileiros, esse é um problema nosso. Por mais fracos e limitados que nos sintamos diante dessas situações, não devemos e nem podemos abaixar a cabeça e desistir. Se o mal atingiu a tudo e a todos, existe um bem precioso que está presente em nossa pátria que é capaz de transformar "o homem todo e todos os homens" - o Evangelho de Cristo.
Se Paulo fez no passado o alerta para os últimos dias, ele também afirmou que nós temos uma preciosidade deixada por Deus que pode trazer esperança. Diz ele: "Toda a Escritura (a Bíblia) é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Timóteo 3.16,17).
Bem, se a ética e a moral desses homens não der jeito, nós podemos dar. Vamos ao voto! 
Fonte: Revista ZN

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